A Casa Família Rosetta foi tema de um episódio especial de podcast que trouxe uma conversa profunda, humana e inspiradora com Giuseppina Fulco, diretora da instituição. Mais do que uma entrevista, o bate-papo se transformou em um verdadeiro registro da história, da missão e da luta diária de uma obra que há décadas transforma vidas em Porto Velho e em outras localidades.
Durante o episódio, Giuseppina compartilhou a essência da Casa Família Rosetta: uma associação dedicada ao acolhimento, cuidado e reabilitação de pessoas com deficiência neurológica, como paralisia cerebral e Síndrome de Down, além de pessoas em situação de dependência química. Todos os serviços oferecidos — acolhimento residencial, centro dia e ambulatório — são 100% gratuitos, reforçando o compromisso social e humanitário da instituição.
Uma história que começa na Itália e floresce no Brasil
A trajetória da Casa Família Rosetta tem origem na Itália, fundada pelo padre Vincenzo. A iniciativa nasceu a partir de um encontro marcante com uma jovem assistente social chamada Teresa, na Sicília. Ao conhecer a realidade de um jovem com deficiência em situação de abandono, o padre iniciou aquilo que ele mesmo chamava de uma verdadeira “aventura do bem”. Esse jovem trouxe outros, e logo a missão se expandiu, passando também a acolher pessoas com dependência química.
O nome Rosetta é uma homenagem a uma das primeiras mulheres com deficiência acolhidas pela instituição na Itália, que faleceu aos 36 anos. Seu nome passou a simbolizar o propósito da casa: acolher, cuidar e reabilitar em um ambiente familiar, onde cada pessoa é vista com dignidade, afeto e respeito.
No Brasil, a chegada da Casa Família Rosetta a Porto Velho aconteceu por meio de um encontro considerado casual, mas carregado de significado: padre Vincenzo conheceu o padre Enzo, missionário siciliano que atuava na capital rondoniense. Desse encontro nasceu a semente que hoje sustenta uma das mais importantes obras sociais da região.
Sustentar vidas exige esforço diário
Um dos pontos centrais do podcast foi a transparência com que Giuseppina falou sobre a sustentação financeira da Casa Família Rosetta. Em tom leve, mas com profunda verdade, ela afirmou que o primeiro e maior mantenedor da instituição é a Providência Divina, que se manifesta por meio de pessoas, encontros e gestos de solidariedade.
Na prática, a manutenção da Casa depende de uma combinação de esforços:
- Doações e parcerias comunitárias, tanto financeiras quanto materiais, fundamentais para o funcionamento diário.
- Uso de ferramentas como Pix, QR Code e vaquinhas solidárias, como a atual campanha para a reforma da piscina, essencial para a hidroterapia.
- Doações de alimentos e cestas básicas, que garantem cerca de 15 mil refeições por mês, chegando a cinco refeições diárias para cada acolhido.
Além do apoio da comunidade, a instituição também busca parcerias com o poder público, incluindo:
- Contratos com a Secretaria de Saúde do Estado para tratamento da dependência química.
- Captação anual de emendas parlamentares, tanto estaduais quanto federais.
- Apresentação de projetos a órgãos como a VPEMA (Vara de Execuções Penais).
- Negociações em andamento com a Prefeitura, visando ampliar e fortalecer o atendimento.
Giuseppina destacou que a busca por recursos é um trabalho constante, intenso e cansativo, realizado todos os dias. A dificuldade de manter recursos permanentes levanta uma reflexão importante: a necessidade de políticas públicas contínuas e efetivas para causas sociais tão sensíveis quanto a deficiência e a dependência química.
Voluntariado, visibilidade e transformação
O podcast também reforçou a importância do voluntariado e da visibilidade para a continuidade da missão. Tornar a Casa Família Roseta conhecida é uma estratégia essencial para ampliar parcerias, sensibilizar a sociedade e garantir que mais vidas sejam alcançadas.
Ao longo da conversa, Giuseppina compartilhou histórias emocionantes de superação, resiliência e transformação, mostrando que cada esforço vale a pena quando o resultado é a dignidade devolvida a quem mais precisa.
Um convite à corresponsabilidade
A participação de Giuseppina Fulco no podcast não apenas apresentou a Casa Família Rosetta — ela fez um convite claro à corresponsabilidade social. Apoiar essa obra é investir em vidas, em futuro e em humanidade.
A Casa Família Rosetta segue firme em sua missão, sustentada pela fé, pela solidariedade e pela certeza de que, quando pessoas se encontram pelo bem, grandes transformações acontecem.